Pantone 18-1750

2023 é magenta.

Esta é a cor tendência deste ano. Transmite alegria, sofisticação e singularidade.

Tem alguma piada, a ironia de ser uma cor tão particular e, mesmo assim, a sua tradução nas línguas mais conhecidas ser a mesma, “magenta”. Em português, inglês, francês, alemão… Imagino isto como um sinal de personalidade, como se a cor, por si só, fosse um daqueles artistas cujo nome não se traduz.

Se as cores fossem pessoas, diria que esta é um vermelho, depois de calçar uns saltos altos elegantes e provocadores, qual deidade pela calçada afora.

A cor e as deidades têm estas faculdades, de exaltar o positivismo, o magnetismo e o brilho, formando um rasto, como o de uma estrela cadente.

Por ser uma cor que estimula, valoriza e ilumina, uso-a como musa. No meu atelier, abracei-a ainda antes de ser uma “cor tendência”, porque a vida não é apenas azul ou vermelha. É magenta.

Os dias de temperamento azul fundem-se com o vermelho que me enrubesce em dias mais vivazes. E, juntos, formam esta parede que me inspira em dias de todas as cores e sentimentos.

Quando estou aqui, ficar a “olhar para as paredes” é trabalhar. Sentir e criar, para materializar. É inspiração, como quem respira ou como quem imagina. E é expiração da arte em pequenos alentos metricamente despejados.

O nome Magenta passou a ser utilizado para definir este vermelho com gotas de azul pouco depois da célebre Batalha de Magenta, junto à cidade com o mesmo nome. Uma batalha de apenas 1 dia, travada numa cidade italiana, país de onde brotaram estilistas como Elsa Schiaparelli, Giorgio Armani, Valentino e outros tantos cujas matrizes inspiraram e inspiram gerações, a minha incluída.

É descrita como uma cor de elevação, inspiração e reflexão.  A cor da alquimia e da magia. Para mim, é a cor da harmonia, do bem-estar e do imaginário que me brinda com as Artes.

2023 é magenta. E eu também.

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